quarta-feira, 26 de junho de 2013

CHUVA.

Naquela noite, ninguém sabia ao certo o que iria acontecer.
Os astros, na sua infinita limitada sabedoria, acreditavam que somente a chuva lavaria a terra.
O contra tempo que vinha acontecendo era algo que desafia a mente e o conhecimento dos homens e dos outros seres vivos. Já não se acreditava mais em esperança, não se via a luz nos olhos das pessoas, o imperialismo cinza fazia de todos seus escravos livres.
A liberdade de pensar era assistida por conservadores, que no alto de sua piedade, permitiam que transitássemos livremente pelas redes. Tão livres como intoxicados pelas mesmas.
A chuva viria, ao menos, com a ânsia de lavar as mentes dos vivos. Fazê-los atinar que suas armas não disparam tiros, suas mãos não precisam carregar pedras e seus corações devem ser mais límpidos.
A escuridão era total na medida que as estrelas estavam escondidas diante do temporal que se precipitava.
Agora, não havia mais pensadores, seguidores, conectados, viabilizados, escandalizados, sonhadores, orientadores, influenciadores, entre tantos que circulavam em uma espiral sem fim, destinada ao consumo e ao próximo.
Neste instante, quando as primeiras gotas chegavam à pele do bicho homem, o próximo mudou de patamar, transformou-se em algo importante: irmão.
A dita "liberdade" foi consumida, na percepção de que não precisávamos mais de um mundo distorcido, afim de nos distorcermos junto à ele. Já são livres os pensamentos, são livres os movimentos, as intenções.
Vejo o final de uma era enclausurada em religiões, comunidades, ceitas, ou curtições.
Se olharmos juntos aos olhos do irmão, descobriremos o que a chuva já descobriu ao cair do céu: que aqui embaixo somos todos livremente iguais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário