quinta-feira, 29 de agosto de 2013

PAREI.



Pensando em detetives, na busca pelas verdades, nas notícias conhecidas e das soluções eminentes.
Deparo-me com essa figura emblemática da infância de muitos de nós, resgatada diretamente da década de 50 do século passado.
Nesses dias, os vilões, se limitavam a roubar as joalherias e os bancos.
Não existiam criança matando seus pais e depois suicidando-se (?).
Não tínhamos deputados presos inocentados por seus pares na casa do Povo para a qual foram eleitos.
A comunicação era feita via telephone, lembram? Cartas? Levavam dias... E poderiam ser abertas no vapor do bico da chaleira.
O medo, que fazia com que nossos heróis acordassem assustados, era de que alguém acordasse mal humorado e apertasse o "botão vermelho"! Colocando fim ao mundo como conhecemos.
Eram tempos em que até os maus caráter tinham respeito. Uma conduta. Um propósito.
Bons ruins tempos.


VICENTE DE CARVALHO


A FLOR E A FONTE   

"Deixa-me, fonte!" Dizia
A flor, tonta de terror.
E a fonte, sonora e fria,
Cantava, levando a flor.
"Deixa-me, deixa-me, fonte!
" Dizia a flor a chorar:
"Eu fui nascida no monte...
"Não me leves para o mar".
E a fonte, rápida e fria,
Com um sussurro zombador,
Por sobre a areia corria,
Corria levando a flor.
"Ai, balanços do meu galho,
"Balanços do berço meu;
"Ai, claras gotas de orvalho
"Caídas do azul do céu!...
Chorava a flor, e gemia,
Branca, branca de terror,
E a fonte, sonora e fria
Rolava levando a flor.
"Adeus, sombra das ramadas,
"Cantigas do rouxinol;
"Ai, festa das madrugadas,
"Doçuras do pôr do sol;
"Carícia das brisas leves
"Que abrem rasgões de luar...
"Fonte, fonte, não me leves,
"Não me leves para o mar!...
" As correntezas da vida
E os restos do meu amor
Resvalam numa descida
Como a da fonte e da flor...

INSANO.

Foi quando encontrei o mar, que encontrei a solução.

Solução dos problemas que nunca existiram. Problemas que simplesmente sonhei.
Sonhos divididos, sonhos imobilizados.

Foi quando encontrei a lua, que encontrei a imensidão.

Imensidão de seu brilho, nú no fundo do céu. Que por hora é escuro.
Escuridão própria, imensidão insana.

Foi assim que percebi não estar sozinho.
Nem mesmo alí no cantinho.
Do fundo do  meu coração.
Jamais habitou a solidão.

Foi quando encontrei você, sonhei a solução.

Sonhos que me encantaram. Soluções que eu encontrei.
No fundo nú do céu. De sua imensidão.
Agora simples um amor, sem escuridão, insano.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

AMOR ETERNO

De almas sinceras, à união sincera
Nada há que impeça, amor, não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera
Ou se vacila ao mínimo temor
Amor é marco eterno, dominante
Que encara a tempestade com bravura
É astro que norteia a vela errante
Cujo valor se ignora lá na altura
Amor não teme o tempo muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade
Amor não se transforma de hora em hora
Muito antes se afirma para a eternidade
Se isto é falso
E que é falso alguém provou
Eu não sou poeta
E nunca ninguém amou.


Elba Ramalho.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

AMO.

"É errado pensar que o Amor vem do companheirismo de longo tempo ou do cortejo perseverante ... o Amor é filho da afinidade espiritual e a menos que esta afinidade seja criada em um instante, ela não será criada em anos..., ou mesmo em gerações "


Gibran Khalil Gibran

COCHILO?

Capa da revista, entrevista, resista...
De tantas comparações, os bordões se arredondam.
Não mais cantam, repetidos,  esses profanam.
Um som, uma melodia.
Triste igual à poesia.
Todo um Gigante que despertou, simples assim.
Olhou nos olhos do desafio, esse perigo, pobre, será seu fim.
Na verdade é pobre de mim!
Sou do Gigante, parte integrante sem fim, então por que, ainda dorme algo dentro de mim?
Será a revolta? Será a desesperança? Ou uma triste criança?

Não sei, agora revista, a entrevista, não oferecem resistência, não há "resista".
Se não houver algo, o Gigante  acorda olha o lado de fora da janela, volta a se deitar, vira e dorme tranquilo nos braços de ótimos e exemplares governantes.

Simples assim.

BROTOU.

As sementes de nossos futuros estão no chão.
Assim como todo o cultivo, disciplina, amor e dedicação.
É nesses momentos em que olhamos a terra vazia.
Sempre podemos pensar: estava certo o que fazia?

A chuva é amiga das plantações, faz brotar...

Ainda mais agora, que o amor só faz transbordar.  Dentre tudo o que tenho vivido, faltava algo. Faltava a emoção de "Por Que" falar: Eu lhe amo!

É assim mesmo. Deus segue rindo.
E hoje, amedrontado, verdinho, vejo nosso broto, lindo.
De uma família, de um amor, de um sentimento.

Um sonho que agora irá crescer além do pensamento.
Se de nossa árvore, frutos brotar...
Tenho certeza que de nós irão se orgulhar.


BRANCO NO BRANCO

Foto: Faça parte do Skoob e descubra outros apaixonados por livros: http://on.fb.me/S26HQT #Skoob

#naosesintaso

Estive caminhando ontem sobre o solo da capital paulista.
A cidade, cheia como sempre, me passou um ar de solidão.
Normalmente se é só em uma metrópole como São Paulo.
O silêncio do ensurdecedor trânsito aliado ao pulsante vai e vem das pessoas é realmente despertador das situações.

Em algum momento pensei que se esconder em Sampa é fácil.
Difícil mesmo é acreditar que tudo será diferente.
Não obstante, a menos de um mês, uma multidão de manifestos e manifestantes tomaram as ruas de todo o país. Com São Paulo não foi diferente.

Ontem então pude perceber que, mesmo sem uma organização, mesmo sem um motivo, uma manifestação de manifestantes, todos os dias invadem a Cidade.
Agora penso: "Alguém me dirigiu a palavra?"
Não.

As pessoas, desligadas umas das outras, andavam cobertas por suas preocupações, soluções e inseguranças.
Não posso condenar a Metrópole por ser assim, por provocar esse sentimento nas pessoas.
Mas não quero acreditar que o futuro será assim.
As manifestações se acalmaram. Os governantes demagogos não realizaram nada.
A solidão persiste e assiste uma multidão que a compartilha.