Nem mesmo estavam colocando a tampa do caixão e já haviam interessados no patrimônio do morto.
Alguns observavam o colóquio e queriam para si, o óculos escuro que era relíquia dos seus tempos de aviador. Outros mais atrás sonhavam com sua caneta tinteiro com a qual assinara tantas importantes Cartas de Amor.
Os mais a frente, em que estavam a viúva e seu único herdeiro, se arrastavam para dentro da terra, com todas aquelas lembranças fúteis e promessas não cumpridas de uma vida. Que pela pompa e circunstância também jamais iriam se realiza com sua morte.
Passara a vida agitada, de um idealizador sem muito apoio, mas que na conclusão de seus sonhos, encantava a todos com sua audácia e perseverança. Não menos importante que a conquista de sua casa própria, também teria sido a conquista de sua doce amada. Mulher caseira, criada para ser criada, de olhar doce e profundo.
Os anos na academia, também lhe foram úteis, voou em muitas missões, importantes ou não, se dedicou inteiramente e de coração ao que mais gostava de fazer: voar.
"Ver as pessoas pequeninas!" Dizia... "... ilumina a cabeça da gente e dá o real tamanho de Deus!"
Caseiro, pai de família, irmão querido e justo.
Deixa mulher amada, filho desconcertado e uma multidão atordoada.
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