ANOS DIFERENTES.

E dizem que os anos atrapalham a vida da gente.
Passei, mais apróximo, essa última quinzena com três pessoas distintas. A primeira uma das tias de minha mãe, solteira, 82 anos, que criou vários filhos de suas irmãs, inclusive minha própria progenitora. Essa mulher observa a vida de muitas formas diferentes. Tem problemas cardíacos, intestinais e também de coração de verdade (aquele que bate sozinho no frio da noite).  Nos útimos tempos se dedicou a viver sua vida. Viajar, aproveitar, descontrair... Diz que a vida tem de ser vivida, até que a morte lhe separe dela (vida). A segunda pessoa também é tia de minha mãe, foi casada, traida e está divorciada. Tem dois filhos e tres netos. As crianças filhos apenas de seu filho, pois a filha com 38 anos ainda vive com ela, são sua benção.  Esqueci de mencionar, essa senhora tem 70 anos! Se preocupa com os cobradores, que tentam resgatar os limites de seus cartões de crédito totalmente consumidos....  Ultimamente tem flertado calorosamente com seu ex marido.... "Antes que a terra coma...." como tem o hábito de dizer (Rs). A terceira é a mãe de minha mãe, 78 anos (completará 79 em quinze dias). Quatro filhos, viuva, está padecendo do mal de alzheimer, se esquece de muitas coisas! Só não se esquece do cigarro e do filho que vive com ela (que também diz ser o único que tem! Coisas da doença). Fora que nesse preciso momento está em cirurgia, retirando um câncer de mama.

Incrível!

 É que o tempo passa e transforma a vida da gente em circunstâncias tão diferentes, mas com um mesmo pano de fundo.  Aprendi com elas, mais intensamente, que chegar às essas idades talvez seja um prêmio ou talvez um castigo. E o mais notório é que essa definição só se dará por meio de sua própria vivência. Somos nós quem diremos se ficaremos insanos ou deleitaremos a beleza da vida. Aprendi, principalmente, que não vou esperar os anos passarem para decidir amar, perdoar, lembrar, me desculpar. Quero uma humanidade diferente, a começar por esse ser humano que lhes escreve.